A inseminação artificial (IA) é umas das tecnologias que mais têm contribuído para o melhoramento genético bovino e para a transferência de material genético provado aos rebanhos comerciais. Seu sucesso depende de vários fatores. Dentre estes, um aspecto fundamental trata-se da conservação do sêmen a -196°C em nitrogênio liquido em botijão criogênico. Da mesma forma, o treinamento de um funcionário habilidoso e atento, que goste da atividade, merece especial atenção.
Para a implantação da IA, são necessários os equipamentos: luvas, bainhas, aplicadores, termômetros, pinças, garrafa térmica, aquecedor de água, caixa de isopor pequena e/ou equipamento próprio para descongelar sêmen, cortador de palhetas, material de higiene e assepsia, botijão criogênico, nitrogênio liquido e sêmen de reprodutores de boa procedência, etc. Todo esse equipamento deverá ficar, preferencialmente, em um cômodo específico, seguro e adequado, nas instalações da propriedade próximas ao curral onde irá ocorrer a IA (consultar técnico).
O botijão é um equipamento que requer bastante cuidado, uma vez que nele será depositado o sêmen a ser utilizado na IA. A situação do botijão deve sempre ser verificada, pois caso haja qualquer dano (pancadas ou corrosões), a eficiência das condições ideais de armazenamento será reduzida ou, até mesmo, perdida. O nitrogênio presente no interior do botijão é responsável por manter a baixa temperatura. Danos ou manipulação incorreta farão com que o nitrogênio evapore muito mais rápido comprometendo a temperatura e, assim, a qualidade do sêmen.
É importante também monitorar o nível de nitrogênio disponível no botijão, principalmente quando não existir botijão reserva na propriedade. A evaporação diminui naturalmente o nível de nitrogênio no botijão, o que pode ser verificado com régua própria que permite verificar altura e volume do nitrogênio. Quanto mais tempo aberto o botijão ficar, mais rápida será a perda e os gastos com o nitrogênio. O volume nunca deve estar abaixo dos quinze cm, sob o risco de prejudicar a qualidade do sêmen.
O botijão conta também com um sistema de duas tampas, que não lacram, mas isolam o interior e permite que apenas a evaporação normal do nitrogênio vaze, evitando uma explosão. Conta também com uma trava que permite que a parte externa da tampa seja trancada com um cadeado, caso isso se faça necessário. Deve-se verificar sempre se as tampas estão bem ajustadas. Para evitar riscos de perdas, deve-se agendar visita regular de empresa abastecedora idônea, dentro dos prazos indicados pelo fabricante do botijão.
O botijão deve ser transportado ou retirado do seu lugar original o menor número de vezes possível e, sempre que necessário, deve-se fazê-lo com o máximo de cuidado possível. Para evitar contato com a umidade, ele deve ser colocado por cima de um estrado de madeiral ou, ainda melhor, dentro de uma caixa também de madeira que evitaria choques físicos (Figura 1). Nenhum objeto estranho deve ser inserido no botijão sobre o risco de explosão. Se respeitadas as normas de segurança e as recomendações técnicas, ele é inofensivo.
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Figura 1 exemplo de caixote para botijão |
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Hoje em dia o sêmen é comercializado em palhetas armazenadas em racks que cabem dez ou vinte palhetas. As racks são armazenadas em canecos que acompanham o botijão em um número de seis e tem capacidade variável dependendo do botijão. Quando manejados, os canecos devem ser levantados a no máximo cinco (5) cm da boca do caneco (usa-se uma pinça para retirar a palheta da rack). O caneco só deve ser mantido assim por no máximo cinco (5) segundos. Se esse tempo não for suficiente para realizar o procedimento, deve-se retornar o caneco para o fundo do botijão por quinze segundos e refazer a operação.
ATENÇÃO: quando da realização da IA, o inseminador deve preparar todo o equipamento necessário, bem como a vaca, incluindo sua limpeza, antes de se dirigir ao botijão para retirar a palheta de sêmen. A vaca em cio deve ser levada para um curral tranqüilo ventilado e fresco, com água fresca e isento de qualquer situação estressante, algumas horas antes de ser inseminada, para que no momento da inseminação ela esteja em boas condições.
Após ser retirado do botijão, o sêmen deve ser aquecido em água temperada, a 35°C, por aproximadamente sessenta segundos. O sêmen a 35ºC está ativo e pode permanecer assim por um tempo de aproximadamente duas horas, se mantida estável essa temperatura. Procede se então com a inseminação.
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