- Detecção do Cio
Antes de se realizar a inseminação artificial propriamente dita, o inseminador deverá fazer o reconhecimento do cio da vaca.
Uma correta observação do cio é fundamental para o sucesso da inseminação. Em geral recomenda-se 2 ou mais observações diárias. Uma no início da manhã e outra no final da tarde, durante no mínimo 60 minutos cada. As vacas que estiverem no cio devem ser separadas, ou ter sua identificação anotada para posterior inseminação.
O cio é o período em que a fêmea fica parada, enquanto outro animal salta sobre ela. Outros sinais são percebidos durante o cio, como inquietação, cauda erguida, urina constantemente, vulva inchada e brilhante, muco cristalino e transparente na vulva, perda de apetite, entre outros. Vale ressaltar que apenas a aceitação da monta garante que a fêmea está no cio.
O cio da vaca tem uma duração de 10 a 18 horas e um intervalo médio de 21 dias. O pré-cio dura de 4 a 10 horas. Neste período a vaca apresenta todos os sintomas mencionados anteriormente, com a diferença de não aceitar a monta.
Para melhor detecção do cio, podem-se utilizar rufiões com ou sem bucal marcador. O bucal de tinta preso no pescoço do rufião tinge o lombo das fêmeas que estiverem aceitando a monta, auxiliando na detecção do cio.
- Horário de Inseminação
O momento ideal de inseminar é o final do cio, quando a probabilidade de fecundação é maior devido à alta fertilidade da vaca.
Um método prático e com ótimos resultados é o proposto por Trimberger: vacas em cio pela manhã deverão ser inseminadas na tarde do mesmo dia; vacas observadas em cio à tarde devem ser inseminadas no início da manhã do dia seguinte.
- Seqüência da Inseminação:
- Antes de iniciar a inseminação, examine atentamente a ficha do animal, e verifique as últimas ocorrências. Em caso de qualquer anormalidade ou se a vaca pariu há menos de 45 dias, não realize a inseminação.
- Contenha o animal no tronco e faça o exame do muco que deve ser semelhante à clara de ovo. Se o muco apresentar qualquer alteração, a vaca não deve ser inseminada. Todas estas observações devem ser anotadas na ficha do animal e comunicadas ao técnico responsável.
- Coloque sobre uma mesa ou balcão todo o material a ser utilizado.
- Corte uma pequena abertura no saco plástico de bainhas, na extremidade que contém a bucha, exteriorize a ponta de uma bainha por vez. Não retire a bainha até o momento da inseminação.
- Retire e prepare uma luva.
- Separe um pedaço de papel para secagem posterior da palheta.
- O aplicador universal serve tanto para palheta média quanto para a fina. Verifique se a extremidade está adequada para o tipo de palheta. Retire o êmbolo metálico colocando-o de lado.
- Faça a limpeza do reto da fêmea, e em seguida utilize o papel para limpar a vulva. É muito importante uma cuidadosa higienização da vaca.
- Identifique o sêmen do touro a ser utilizado e abra a tampa do botijão.
- Levante a caneca contendo o sêmen até no máximo 5 cm abaixo da boca do botijão. Retire a dose de sêmen com o auxilio de uma pinça. Não ultrapasse 5 segundos para este procedimento. Em caso de dificuldade para retirar o sêmen, abaixe a caneca por alguns segundos e faça uma nova tentativa.
- Em seguida mergulhe a palheta com a extremidade da bucha voltada para baixo, em água a temperatura entre 35 e 37°C por 30 segundos. É importante cumprir à risca estas recomendações.
- Com a utilização do termômetro, verifique constantemente a temperatura da água para que não ultrapasse os limites especificados acima. Pode-se também utilizar um descongelador eletrônico que mantém a temperatura da água constante.
- Atenção: O sêmen nunca deve ser congelado novamente. Em caso de problemas descarte a palheta.
- Depois de descongelada, enxugue a palheta com papel toalha ou higiênico e corte a extremidade oposta a da bucha. Se for palheta média faça o corte em forma de bisel e se for palheta fina corte reto para evitar o refluxo do sêmen.
- Encaixe a extremidade cortada da palheta na bucha da bainha.
- Introduza o aplicador na bainha empurrando a palheta até a ponta. Fixe a bainha no aplicador através do anel plástico. Encaixe o êmbolo metálico vagarosamente até ele encostar-se na bucha da palheta.
- Vista a luva e com o aplicador montado dirija-se até a vaca.
- Tome muito cuidado com a higiene durante estes procedimentos. Os materiais não devem encostar-se às instalações, roupas, animais e outros fômites que podem contaminar o sêmen.
- Abra a vulva da vaca e insira o aplicador na vagina de baixo para cima.
- Introduza delicadamente a mão que está livre no reto do animal envolvendo e fixando o cervix. Oriente a introdução do aplicador até a entrada do cervix.
- Faça movimentos com a mão que está fixando o cervix até a passagem completa do aplicador pelos anéis.
- Deposite o sêmen após o último anel, pressionando lentamente o êmbolo do aplicador.
- Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem no clitóris da vaca.
- Retire a bainha descartável, envolvendo-a com o verso da luva e jogue-as no lixo.
- Periodicamente faça uma limpeza do aplicador universal com álcool.
- Em seguida anote todos os dados da inseminação na ficha do animal (Data da inseminação, período, nome do touro, nome do inseminador, etc.).
Fonte bibliográfica: ASBIA.
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